Os governadores aliados de Jair Bolsonaro (PL) reagiram à prisão domiciliar do ex-presidente decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira, 4.
O governador de São Paulo e um dos nomes favoritos para suceder Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos) publicou um vídeo nas redes sociais e chamou a medida de “absurda”.
“Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar. Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?”, questionou.
Ronaldo Caiado (União Brasil), de Góias, afirmou que Bolsonaro foi condenado antes mesmo da conclusão de seu julgamento. “Se um cidadão não pode se manifestar publicamente em sua defesa, é porque o veredito está dado. Isso é grave, ainda mais se observarmos um processo que começou errado, quando o STF definiu pelo julgamento do ex-presidente em uma Câmara e não pelo Pleno da Suprema Corte”.
Romeu Zema, de Minas Gerais (Novo), classificou a decisão como “mais um capítulo sombrio na história de perseguição política do STF”. “Alexandre de Moraes agora colocou Bolsonaro em prisão domiciliar por ter sua voz ouvida nas redes. É a democracia do silêncio. A democracia do medo. Toda minha solidariedade ao presidente e sua família.”
O chefe do Executivo do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), também lamentou a medida: “O povo brasileiro acorda diariamente buscando prosperidade. E tem visto, infelizmente, cenas tristes, até mesmo com prisão domiciliar. Não será com ativismo, seja de qualquer parte, que iremos construir um novo País.”
Já Wilson Lima, do Amazonas (União Brasil), criticou a punição antes de uma condenação e defendeu a liberdade de expressão. “Em uma democracia, a liberdade de expressão é um direito sagrado que deve ser garantido a todos os cidadãos. Jair Bolsonaro não tem sentença condenatória e não deveria ser punido antecipadamente por se manifestar politicamente. Registro minha solidariedade a ele e à sua família.”
Entenda a medida
A medida que teria sido descumprida por Bolsonaro, segundo Moraes, tem ligação com os conteúdos recentes veiculados nas redes sociais de seus filhos. No último domingo, 4, o ex-presidente apareceu em publicações, dentro de sua residência, acompanhando as manifestações pela anistia dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro de 2023, tendo participado inclusive do ato no Farol da Barra. Os atos também tiveram o ministro do Supremo como um dos alvos.
Na decisão, o magistrado, que havia determinado as medidas cautelares, solicitou a permanência do uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, Bolsonaro está proibido de receber visitas, exceto de seus advogados.
Para demais visitas, será necessária a autorização prévia do Supremo Tribunal Federal (STF), com a proibição do uso de aparelhos celulares por parte dos visitantes.
Fonte: A Tarde