Lula vem a Salvador, mais uma vez, para o 2 de Julho. Era até aguardado para estar na inauguração da BYD, hoje, a fábrica de automóveis elétricos chineses em Camaçari, mas a informação, ontem, foi de que não viria mais.
Mas, amanhã, estará no desfile. Lula não está num bom momento, vá lá. Com a popularidade em baixa e precário apoio no Congresso, vem para os pés dos Caboclos porque fez isso nos últimos quatro anos, os dois primeiros como pré-candidato e os dois últimos como presidente.
Aliás, o próprio Lula diz que vai tentar nacionalizar a data.
– Já conversei com Jerônimo, que, via Ministério da Educação e o Congresso, vamos transformar o 2 de Julho em festa nacional, assim como a Revolução dos Padres, em Pernambuco, a Balaiada, no Maranhão, e a Cabanagem, no Pará. Vamos contar a história que não é contada.
Fogo simbólico
E não é contada mesmo. O 2 de Julho é a festa cívica baiana mais encarnada na alma popular em Salvador, com ampla participação popular dos segmentos oficiais e marginalizados, que aproveitam a data para mandar seu recado.
Segundo a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (PT), que ontem despachou de lá, o Fogo Simbólico, que representa a participação popular a partir de Santo Amaro de Ipitanga, é isso mesmo, a história não está bem contada.
– A Independência era um movimento de elite, mas com ampla participação popular, de índios, negros escravizados e o povão.
Fonte: Levi Vasconcelos / A Tarde