O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), adotou um tom irônico ao comentar ontem as articulações da oposição para a formação de chapas majoritárias visando as eleições de 2026. Durante entrevista à imprensa, o gestor fez questão de destacar que, em sua visão, o momento é de governar — e não de fazer campanha.
“Política ainda é ano que vem. Quem está fazendo política esse ano, com toda pouca idade que eu tenho, com apenas 28 anos de vida pública, que está pensando em política agora, fazendo campanha, a história mostra que no ano da eleição vai cair do cavalo. Agora é ano de governar”, alfinetou Bruno Reis.
O prefeito também se posicionou sobre as negociações em torno de uma possível federação entre o MDB e o Republicanos na Bahia, costurada pelo deputado federal e líder do Republicanos no estado, Márcio Marinho. Ao ser questionado sobre o tema, o chefe do Executivo soteropolitano afirmou que prefere aguardar o desfecho da iniciativa.
“Primeiro nós temos que ver se a federação vai sair. Depois, se sair, quem ficará no comando aqui na Bahia. Aí sim poderei iniciar as tratativas. Então, se você me perguntar qual é a minha torcida, eu só posso dizer que ela saia e que fique no comando aqui na Bahia do nosso deputado federal Márcio Marinho”, disse, sinalizando apoio ao aliado.
Segurança
Durante a entrega de certificados a participantes de programas municipais de capacitação de mão de obra, o gestor aproveitou a ocasião para reforçar críticas à atuação do Governo do Estado na área da segurança pública. Para ele, a falta de resposta do Estado tem feito com que a prefeitura assuma atribuições que não são suas.
“A segurança pública, é um fato, uma constatação, é o maior problema do Brasil e, disparado, o maior problema da Bahia. Antes, a segurança só atingia a classe média alta e os ricos. Hoje, infelizmente, está atingindo principalmente os pobres, pessoas das comunidades que não conseguem sair das suas casas para ir num bairro diferente, visitar um familiar ou um amigo porque não conseguem ter acesso por conta das facções”, afirmou.
Bruno também chamou atenção para o avanço do domínio de grupos criminosos sobre serviços essenciais. “Tem horário de permanência nas ruas, com toque de recolher, onde a gente vê as facções passando a oferecer serviços, seja públicos, sejam serviços privados, de internet, de iluminação e outros”, completou.
Em tom comparativo, o prefeito citou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), como exemplo positivo na área. Segundo ele, Caiado conseguiu reverter o quadro de insegurança em seu estado, enquanto a Bahia segue com índices alarmantes.
“Peguem como era a Bahia antes do PT, na área de segurança, e como se encontra agora. 62 mil pessoas mortas, contra 45 mil do Rio de Janeiro, contra 32 mil de São Paulo, praticamente o dobro do estado de São Paulo, com uma população bem menor. Então, efetivamente, tem muita coisa errada”, declarou.
Bruno aproveitou para divulgar o evento SOS Bahia, que acontece amanhã, em Salvador, promovido pela Fundação Índigo. O encontro reunirá nomes como o próprio Ronaldo Caiado, o ex-policial do BOPE Rodrigo Pimentel — que inspirou o personagem Capitão Nascimento — e o comentarista político Caio Coppolla, entre outros.
Fonte: Tribuna da Bahia