O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), pode assumir a relatoria do projeto de lei alternativo que trata da anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A sugestão partiu do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e, segundo informações da CNN Brasil, Wagner estaria aberto a assumir a tarefa. Para integrantes da Casa, a participação do senador petista na relatoria pode facilitar a construção de um acordo com a oposição.
A previsão é que o texto seja apresentado ainda neste mês de maio. A iniciativa está sendo articulada em conjunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), em um esforço para buscar uma proposta mais equilibrada.
Vale lembrar que, em declarações recentes, Jaques Wagner já havia defendido um “caminho do meio” sobre o tema e sinalizou apoio a um projeto de lei que proponha a redução de penas para condenados pelos atos golpistas. No entanto, deixou claro que sua adesão à proposta está condicionada à exclusão de benefícios para os principais responsáveis pelos ataques.
“Eu acho ótimo, desde que não se fale em anistia para mandantes e financiadores do crime. E não estou olhando para o Bolsonaro, que já está inelegível e, se depender de mim, pode ser candidato porque não me incomoda”, afirmou Jaques Wagner em uma recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
O PL, que reúne aliados e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, já conseguiu as assinaturas necessárias para protocolar um requerimento de urgência ao projeto original. O partido ameaçou obstruir votações se não houver mais agilidade no encaminhamento da proposta.
Manifestação
Enquanto as discussões avançam no Legislativo, Brasília será palco, hoje (7), de um ato em defesa da anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. A mobilização foi convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que, no entanto, pode não comparecer ao evento por recomendação médica, após passar 22 dias internado para tratar uma obstrução intestinal.
A manifestação deverá contar com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente, é o responsável pela organização do ato.
A manifestação busca pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de anistia aos condenados pela depredação, o qual contém brechas que podem beneficiar o próprio ex-presidente da República.
Fonte: Tribuna da Bahia
